domingo, 25 de setembro de 2011

Contraponto.


Qual a melhor maneira de viver em um mundo louco? Criando outro, onde tudo acontece como você quer! 

E é assim que Jeliza-Rose vive sua vida. Filha de pais dependentes químicos e melhor amiga de várias cabeças de bonecas, ela transforma vagalumes em fadas, trens em tubarões monstros e esquilos em seres falantes. A leitura de trechos de Alice no País das Maravilhas de Lewis Carrol no comecinho do filme, já nos dá uma mostrinha do está por vir. E com a morte da sua mãe, Jeliza-Rose "desce pela toca do coelho" e já não se garante mais uma história 100% verídica. Mas como dizer que não é totalmente verídica se ela vive mais no mundo das próprias ideias do que no chamaríamos de real?


O diretor Terry Gilliam (o mesmo de "Irmãos Grimm") está de parabéns, apesar das muitas criticas àlgumas cenas fortes do filme. Muitos dizem que não é um filme feito pra criança, mas concordando com psicanalista Bruno Betelheim e com o próprio diretor do filme, as crianças são fortes e conseguem digerir e sobreviver aos desafios do mundo. É sobre essa adaptação a um mundo cruel que o longa fala. Um dos pontos altos do filme, é que não foi necessário o uso de grandes efeitos cinematográficos para descrever o fantástico mundo de Jeliza-Rose (magnificamente interpretada por Jodelle Ferland).


Outro ponto engraçado é salientar que no mundo em que vivemos, os adultos contam histórias para crianças. Nesse filme é Jeliza-Rose quem conta e encanta com sua imaginação, milhares de adultos espalhados por todo o globo. Todo o filme é feito de contradições o cruel e o fantástico, a morte e a busca pela vida. 
Foi uma pena o filme não ter sido muito divulgado no Brasil, nem chegou nos telões do Cinema, provavelmente pela sensibilidade exigida pelo público, que deve despir-se de alguns valores adultos e assistir ao filme como simples crianças!

Um comentário:

  1. Não poderia descrever de melhor forma, quando vi "Contraponto", primeiramente vaguei pela ideia de ver um "Alice no País das Maravilhas" sem maravilhas aparentes, quando refleti melhor vi que as maravilhas estavam naquela cabecinha perturbada, a atriz é perfeita nos levando a creditar em cada cena, realmente um filme incrível, vc me deixou com muita vontade de ver novamente...

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