quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O triste fim da menina que não sabia chorar.

Começou prendendo o choro. Achava humilhante chorar por um arranhão tão pequenininho. E assim, de arranhão em arranhão, aprendeu a disfarçar verdadeiras feridas no coração. O mais difícil foi disfarçar o embargo na voz. A voz persistia em tremer, revelando a sua tristeza, por isso, rapidamente, frases como 'não vá embora' ficaram aprisionadas, não passando do limite da garganta. Apenas quando estava só, liberava as frases que havia aprisionado e somente a Solidão era a sua companheira, pois era a única que ouvia as suas frases de amor. 
Sentia muito, falava pouco... Por isso, sentiu muito e viveu pouco. Hoje, só sente muito.

Gabriella Paiva.

2 comentários: