terça-feira, 12 de julho de 2011

Eu te prometo...


Por Maria Rita Angeiras

Você é um luxo ao qual eu não posso e nem quero me dar mais. Você passeia entre as suas certezas de homem e suas decisões de menino com uma frequência tão alta que meu pulmão revive em poucos segundos todas as dores que já acometeram o meu corpo e que eu te pedi tanto para você não me causar. Mas esses meus pedidos desesperados e honestos se perderam nesse grande buraco negro que você tem no coração, disfarçado nas suas palavras escolhidas a dedo e no seu discurso absolutamente irreparável, comparado a muitos outros que eu conheci. Você quer colo. Você quer ser amado. Você quer voltar pra alguém no final do dia. Você quer fazer esses programas que casais fazem aos domingos. Mas você não sabe como porque você não sabe dar colo, você não sabe amar, você não sabe voltar pra alguém no final do dia e você não faz a menor ideia do que os casais fazem aos domingos. Você está perdido na sua vontade de amar na teoria e na sua falta de talento para amar na prática. E quem sou eu para te ensinar? Eu não consigo conciliar minha vontade de ter colo com minha falta de tempo para dar colo. Eu não sei amar alguém com esse jogo que todo mundo se profissionalizou em jogar, menos eu. Eu não quero voltar pra qualquer um no final do dia, só pra dizer pra todo mundo que eu tenho pra quem voltar. Eu não me interesso muito pelos programas de domingo dos casais porque eu adoro meus próprios programas de domingo, fazer o quê. E, por fim, eu não sei amar com saúde, coisa que resulta em muita poesia e dor no peito quando respiro bem fundo. Mas, ao contrário de você, eu não te prometi nada. E, pra corrigir esse erro, eu vou te fazer sim uma promessa. Prometo que, daqui pra frente, quando a gente se cruzar de novo, eu vou ser uma tremenda de uma filha da puta com você, que é o que você merece. 
  
 
 
Tá prometido! Tá avisado.

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